domingo, 5 de julho de 2009

Lealdade + aconchego


Arrumando umas coisas, lembrei de 1998, época na qual iniciava minha carreira de atleta bodyboarder viajando de um lado para outro, tudo novo, tudo incerto, imaginário e acrescentante.
Viajante do presente ao encontro do futuro separado do passado.

Nas viagens mais longas meu travesseiro meu companheiro.
Era o equivalente a levar uma centelha de casa para um lugar impessoal. Era um resto do quarto. Um pedaço da cama. Enganava o desconforto da poltrona com a intimidade de um capricho pessoal. Facilitava meu descanso entre o corredor escuro e a janela de luzes bruxuleantes.
Enjoado do sacolejo da vigem, o travesseiro é leal porque traz os cheiros dos cabelos pós-banho. Tanto faz a estação, o travesseiro é o último dia da primavera.

Quando embarcamos num amor, levamos o travesseiro. O travesseiro é o que temos de mais particular. Mas quem nos recebe pode identificar nele simplesmente um pano velho. Uma superstição. Um laço antigo. Uma teimosia. Não enxerga que uma vida nova não apaga a vida anterior.

Pode não ser o travesseiro, pode ser uma frase, um gesto, um ritual familiar, que vale muito e que carregamos conosco. Um objeto que nos identifique. Que diga de onde viemos e que mostre que temos uma história.
Há a idéia de que o amor é ambição. Sobrenatural, que não reside nos pequenos contentamentos. A maioria não acredita que o amor cabe num travesseiro.
Por mais que se dê linguagem e atenção, o outro achará pouco e falará de culpa e da confusão. Falará de condicionamentos e que não está preparado, como se houve preparação para amar.

Por mais que se cozinhe, faça surpresas, leve a amizade para passear de mãos dadas, o outro achará pouco.
Por mais que se apaixone e se enlouqueça, que mude os hábitos, o outro achará pouco. Por mais que se acredite, que arrepie as verdades ternas do sopro, o outro achará pouco. Por mais que se proteja, o outro achará pouco.

E damos tudo o que temos e o outro achará pouco. E damos tudo o que poderemos ser e o outro achará pouco. Sempre pouco.

Ai vocês se perguntam: Pex enlouqueceu! Esta falando coisa com coisa, fala de viagem e travesseiro e fala disso agora. Não estou entendendo nada!!!

Pois bem no meu raciocínio, o travesseiro é um objeto no qual considero uma pessoa e é a coisa mais leal desse mundo, nele você repousa, dorme, sonha acordado ou dormindo, chora e fica feliz. É ele que te acompanha na alegria e na tristeza é nele que se tem suas recordações, é ele quem te abraça e acalma. Pessoas vão e chegam, lugares novos ou velhos é tudo rotativo, mas ele é fiel estará sempre a sua espera!!!

2 comentários:

  1. Pex!
    Que bom saber noticias suas!
    Queria saber por qual "Waves" andas??
    Um grande abraço!
    Marilene - Waves Turismo 21 2549-9941

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